Não se pode reduzir o regime de Stálin a um "mero reino de terror", diz Jones Manoel

Não se pode reduzir o regime de Stálin a um "mero reino de terror", diz Jones Manoel
"Não se pode reduzir a experiência soviética a um mero reino de terror e a um grande gulag", afirmou o historiador pernambucano Jones Manoel sobre o regime de Stálin na União Soviética. "O terror existiu, o gulag existiu, a repressão a artistas, intelectuais, cientistas existiu", disse. Mas o governo "combateu de maneira firme o racismo e o colonialismo", avaliou

O historiador pernambucano Jones Manoel avaliou que Josef Stálin (1878-1953) teve "o papel do que na ciência política se chama de pai da nação". "Não se pode reduzir a experiência soviética a um mero reino de terror e a um grande gulag. O terror existiu, o gulag existiu, a repressão a artistas, intelectuais, cientistas existiu. Também existiram episódios de fome, não a fome planejada com intuitos genocidas, mas problemas de abastecimento", analisou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

"Mas o governo de Stálin combateu de maneira firme o racismo e o colonialismo", acrescentou o professor, citado pelo cantor e compositor Caetano Veloso durante um programa de TV apresentado por Pedro Bial.

Questionado pela reportagem do jornal se "esse lado positivo do Stalin se sobrepõe aos erros e crimes dele?", o pesquisador afirmou que, "na análise histórica, não existe uma balança de pontos positivos e negativos". "O objetivo é compreender a totalidade do fenômeno".

Na avaliação de Manoel, "a URSS também teve papel fundamental na construção de direitos econômicos, sociais, no que depois vai ser generalizado no rótulo de Estado de bem-estar".

"Nos anos 30, no auge de todo o processo de repressão, estava sendo eliminado o analfabetismo, construída a maior rede vista até então de creches, escolas públicas, restaurantes públicos, universidades, hospitais, empresas, casas populares e por aí vai", continuou.

O historiador afirmou que Barack Obama "foi responsável por mais de 3.000 bombardeios de alvos civis". "Ele é um assassino genocida, como todo presidente dos EUA, e mesmo assim é respeitado, considerado um grande estadista. Quando eu digo que o Stálin teve um papel positivo na Segunda Guerra, não significa dizer que o gulag é lindo", complementou.



https://www.brasil247.com/geral/nao-se-pode-reduzir-o-regime-de-stalin-a-um-mero-reino-de-terror-diz-historiador-pernambucano

Comentários

  • De novo fico sem saber se é sério ou se é algum opositor do regime comunista sendo sarcástico.
  • Mas a verdadeira causa das prisões seria revelada pela história: a maioria dos detidos era de judeus e Stálin, na verdade, promovendo uma "limpeza antissemita".
    https://www.bbc.com/portuguese/geral-46957809
    Um ódio especial de Stalin era reservado aos médicos judeus. Nas últimas décadas do governo czarista os judeus foram impedidos de possuir terras e excluídos da maioria das outras profissões. Então, a maioria dos judeus procuraram a vida acadêmica, especialmente a Medicina.

    Assim, quando Stalin decidiu resolver o “problema judeu”, fazia todo o sentido abrir a campanha com um julgamento-espetáculo contra um grupo de médicos (principalmente judeus) que muitas vezes eram rotulados de “sionistas” ou agentes da “Joint” (uma organização internacional de caridade judaica).

    Em seguida, viriam “incidentes”: ataques a judeus orquestrados pela polícia secreta.

    Um programa de genocídio em três fases seria seguido. Primeiro, quase todos os judeus soviéticos seriam enviados para acampamentos a leste dos Urais.

    Em segundo lugar, as autoridades colocariam os líderes judeus em todos os níveis uns contra os outros. Além disso, a NKVD [Polícia Secreta] começaria a matar as elites nos campos, assim como haviam matado os escritores iídiches. O estágio final seria “livrar-se do resto”.
    https://www.jornaldaorla.com.br/noticias/45594-stalin-e-sua-perseguicao-judaica/
  • Volpiceli escreveu: »
    Não se pode reduzir o regime de Stálin a um "mero reino de terror", diz Jones Manoel.

    Sinal dos tempos que este Zé Ruela receba tanta atenção.
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